sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Jovem Pan Online: Delegado explica esquema fraudulento de terras de publicitário Marcos Valério

Lúcio Távora/Ag. A Tarde/Folhapress
02/12/11 - 19h33
Publicado Por: Fábio Chaib

Após ser preso na manhã desta sexta-feira em casa na região da Pampulha, em Belo Horizonte, o empresário e publicitário Marcos Valério foi transferido para Salvador no início da tarde.

A prisão faz parte da operação da Polícia Civil da Bahia denominada “Terra do Nunca”. O pedido de detenção foi feito pelo Ministério Público Federal da Bahia, que investiga casos de aquisição de terras de forma fraudulenta.

De acordo com o MP, a fraude em registros públicos de imóveis era usada para conseguir empréstimos. Os suspeitos adquiriam papéis públicos para grilagem de terras no município de São Desidério, na região Oeste da Bahia.

Pelo menos, cinco propriedades inexistentes do publicitário Marcos Valério foram apresentadas como garantia para a obtenção de empréstimos.

Entrevistado pela Rádio Jovem Pan, o diretor do Departamento de Polícia do Interior da Bahia, dr. Edenir Macedo, explica o esquema.

“A investigação se iniciou há 17 meses. As pessoas legalizavam terras inexistentes ou então que existiam, mas em uma proporção muito menor do que aquela que era colocada no papel. Os documentos eram utilizados como garantia de empréstimos bancários, inclusive, como garantia de dívidas com fisco estadual e federal. Ficou identificado que, pelo menos, cinco propriedades de Marcos Valério teriam sido postas como garantia de empréstimos. Algumas não existiam e outras existiam em tamanho menores daquelas que eram colocadas no papel”, explica o dr. Macedo.

Entre as pessoas presas também está Ana Elizabete Vieira dos Santos, que é mãe do piloto de testes da equipe Lotus de Fórmula 1, Luiz Razia.

“Essa senhora é ex-oficial de registro de imóveis de São Desidério. Ela foi demitida justamente pela conduta fraudulenta. Ela é a principal responsável pela fraude de documentos”, completa o diretor da polícia.

Marcos Valério, que ficará em prisão preventiva, é apontado pelo Ministério Público Federal como operador do esquema do Mensalão. Ele é um dos 38 réus no processo e foi acusado dos crimes de corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas.


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